terça-feira, 4 de outubro de 2011

Transparência em MARCHA RÉ

A publicação na internet dos atos da Administração é algo que já é corriqueiro nas administrações dos Governos Federal, Estadual e de boa parte das Municipais.
Achei por demais interessante a campanha liderada pelos presidentes dos Estados Unidos e Brasil em favor dessa causa, cujo objetivo final, é fazer com que todos os países do mundo também adotem a prática de tornar público, todas as ações de governo. Isto é: Administrar com Transparência.
Oxalá essa moda pegue, pois é mais do que justo que o cidadão que custeia as ações do estado, saiba com detalhes como e onde são aplicados os dinheiros arrecadados dos impostos.
O programa de transparência praticado pelo governo federal, faculta ao cidadão brasileiro, ao acessar sua página na internet, saber em detalhes quanto foi repassado de verba para os estados e municípios e até quanto ganha um servidor público. (as tabelas salariais estão publicadas).

E em nosso município de Ouro Preto do Oeste? A quanto anda a transparência?
Essa palavra transparência foi muito usada na campanha eleitoral.

Por aqui, o modelo de transparência adotado pelo Governo Federal, foi por um período utilizado na administração municipal, embora não nos moldes esperados por nós cidadãos. Nele, a prefeitura mantinha no ar uma página na internet, onde além de informações acerca de eventos municipais o servidor até tinha acesso para consultar e imprimir o seu contracheque e a cédula C, mas eram pífias as informações sobre as contas públicas.

No contexto da transparência pública, a administração de Ouro Preto do Oeste, está na contramão da história, pois, enquanto vemos Dilma e Obama liderando uma campanha sobre o tema, o nosso município engrenou a marcha ré e retirou do ar sua página na internet. Cadê a transparência? O cidadão precisa saber quanto o município arrecada, quanto recebe de repasse estadual e federal.

Transparência é também publicar quanto está custando cada obram, quem são os construtores, fornecedores, etc.

Seria por demais interessante o cidadão abrir acessar a página do município e saber em que dia o médico estará atendo no posto de saúde de seu bairro, quando será a próxima campanha de vacinação. Isso também é Transparência.
Parabenizo a Câmara Municipal de Ouro Preto do Oeste, que está seguindo o curso da história e já está com a sua página da internet, porém, ainda carente de informações, pois precisei da cópia de uma Lei e foi necessário fazer um requerimento ao Presidente daquela casa de Leis e esperar vinte dias para ser atendido.

O acesso às informações de interesse público é um direito do cidadão, constante na nossa lei maior, a Constituição e direito é algo que não podemos abrir mão nunca.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Futebol está privatizado?

Quando aportei em Ouro Preto do Oeste, nos idos de 1984, maravilhei-me com a quantidade de locais que tínhamos para a prática de esportes, mas especificamente, o futebol.

Vejamos:

  • Campo do INCRA;

  • Quadra do INCRA;

  • Campo em frente ao Colégio UNEOURO;

  • Campo da CEPLAC na Rua JK;

  • Campo do Sr. Oliveira;

  • Campo da Madersan;

  • Campo do Zé do Rolo;

  • Campo do Módulo Esportivo.

  • Campo da EMBRAPA.

Com exceção do Campo da EMBRAPA, os demais espaços eram de livre acesso à população, onde toda tarde, de segunda-feira a domingo, a pelota rolava solta, para o deleite de crianças e adultos.

Era raro passar por esses locais no meio da manhã ou da tarde e não vermos uma quantidade grande crianças se divertindo e praticando o bom futebol.

A maioria dos jovens e veteranos “boleiros” de Ouro Preto, dentre eles, Igor, Petinho, Robson Amaral, Bedeleque, Zezinho Pé de Manga, deram seus primeiros chutes nesses campos.

A existência desses espaços, proporcionava o aparecimento e a renovação constante de bons jogadores de futebol, e fazia com nossa cidade tivesse muitas e competitivas equipes, tanto a nível local, como estadual.

Remanescem dos espaços públicos acima, apenas o Campo do INCRA e o do Módulo esportivo, mas a população e as crianças, já não tem o acesso livre como antigamente.

Apenas vinte e cinco anos foram suficientes, para que o poder público, usurpasse da população, o bem mais precioso: a gratuidade para praticar o seu esporte favorito. Os espaços para esporte, foram aos pouco se transformando em escolas, escritórios, residencias, comércios, etc.

A prática do futebol em Ouro Preto, há muito está privatizado, pois quem quer fazê-lo, precisa marcar horário nos Clubes, Associações, quadra particular e pagar um bom dinheiro por isso.

Não é chegado o momento de começar a reverter esse quadro? Nossos governantes são de opinião quase unânime, de que os jovens e as comunidades carentes, precisam ter seus espaços de esporte, lazer e cultura preservados, porém, pouco investem em campos ou quadras de futebol. Até prometem, quando candidatos.

Como diz um jornalista baiano, Raimundo Rui, “Tudo que as comunidades querem, é um campinho com uma trave, é uma pequena infra- estrutura. Crianças, adultos, empregados, desempregados, homens e mulheres, todos se unem em torno de uma bola, de uma boa partida de futebol”.

Outro escriba, que me foge o nome no momento, dizia que “toda vez que se acaba com um campo de futebol, se mata um pouco a alma do povo”.

Aproveito o ensejo, para elogiar um grande entusiasta do futebol em nossa cidade, o popular Zezinho Pé de Manga, que há muito tempo vem, voluntariamente, incentivando a meninada a continuar praticando esse esporte apaixonante, que é o futebol, mas ele enfrenta os problemas levantados acima, a escassez do espaço público para desenvolver esse seu trabalho.

Os espaços públicos para a prática de esportes, estão em crescimento proporcionalmente inverso ao da população de nossa cidade.

Praticar futebol pode até ser também um negócio, mas, acima de tudo, é um direito do cidadão.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Histórias Da Colonização de Ouro Preto do Oeste – Parte 1.

Fazenda Negão!

No mês de junho a nossa querida cidade de Ouro Preto do Oeste completou 30 anos de emancipação política e para comemorar, achei interessante resgatar algumas histórias, envolvendo os personagens que ajudaram a construí-la.

Nesta, homenageio o nosso saudoso Lourival da Cruz Nascimento que trabalhava na EMATER, foi vereador de Ouro Preto na primeira legislatura e também presidente da Câmara, que também leva o seu nome.

O nosso saudoso amigo era muito brincalhão, gozador e com quase tudo ele fazia piada, para ter um motivo para rir, aliás, era raro não vê-lo com o sorriso aberto.

Negão de quase dois metros de altura, apreciador da “zinebra”, bom de proza, Lourival também tinha fama de bravo, mas não fazia mal nem a uma mosca. Era da paz.

Mas Lourival enfrentou um problema sério e difícil de ser resolvido. Tinha comprado uma marcação de terra, derrubou um pequena área para garantir a posse, porém, por ser funcionário, não tinha como dar aquela assistência muito frequente no lote e às vezes ficava meses sem lá pisar os pés. Aproveitando dessa situação, apareceu um invasor e ocupou o terra do Negão Lourival, como ele era carinhosamente chamado.

O rapaz evidentemente, ficou muito desapontado. Aconselhou-se com os amigos, preocupado com a situação, pois um homem da sua posição, perder a terra para um invasor, ficaria com o prestígio abalado na cidade.

Procurou o invasor, porém, o mesmo impôs resistência em desocupar a terra.

Não houve outra jeito, teve que buscar ajuda.

Em uma segunda tentativa, desta vez acompanhado de seus dois irmãos (da mesma estatura do Lourival), foi novamente conversar com o invasor e finalmente conseguiu convencê-lo a desocupar sua terra.

Assim que a terra foi desocupada, Lourival, que não perdia oportunidade de fazer uma piada, mandou fazer uma placa para identificar a sua propriedade e a afixou na entrada. A placa tinha a seguinte inscrição: “FAZENDA NEGÃO – BRABO NÃO, O CÃO”.

terça-feira, 10 de maio de 2011

40 ANOS DA CEPLAC EM RONDÔNIA

A CEPLAC, instituição onde trabalho há 27 anos, completou em abril de 2011, 40 anos de atuação em Rondônia.

A CEPLAC, que é a sigla de Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, é um órgão público vinculado ao Ministério da Agricultura, responsável pela expansão do cultivo do cacau em Rondônia.

O cacau, como sabemos, é a matéria-prima usada para o fabrico do chocolate.

Vou contar um pouco da história da CEPLAC em nosso estado.

O primeiro contato oficial da CEPLAC com o Estado de Rondônia se deu em 1965, quando foi enviada uma equipe de pesquisadores (fitopatologistas e geneticistas) com o objetivo de conhecer e coletar material botânico nos cacauais nativos, para ser usado nos projetos de pesquisa de melhoramento genético do cacaueiro.

Em 1970, o Coronel Paulo Nunes Leal, à época, Deputado Federal pelo Território de Rondônia, solicitou da Direção da CEPLAC, para que fosse aberto um polo da cacauicultura em Rondônia e atendendo a esse pedido, foi mandou um técnico a Rondônia, para fazer uma avaliação das possibilidades do cultivo do cacaueiro, e de estabelecer um projeto amplo para apoiar a cacauicultura neste estado.

O técnico destacado para essa missão foi o Engenheiro Agrônomo, especializado em Economia Agrícola, Dr. Frederico Monteiro Álvares Afonso, um Amazônida, nascido em Humaitá, e à época, um grande defensor de uma maior amplitude do trabalho da CEPLAC na Amazônia, particularmente em Rondônia. A viagem de estudos à Rondônia se deu em julho de 1970, teve uma duração de dois meses e em seu relatório, Dr. Frederico sugeriu a implantação de um polo de desenvolvimento da cacauicultura no então Território.

No ano seguinte, mais especificamente em 21 de abril de 1971, o próprio Dr. Frederico Afonso, chegava a Rondônia para iniciar os trabalhos da CEPLAC.

Nesses quarenta anos de Rondônia, a CEPLAC abriu 15 escritórios, criou uma estação de pesquisa em Ouro Preto do Oeste e uma Escola Agrícola em Ariquemes.

A CEPLAC ajudou 8.700 agricultores a implantar 42.350.000 de pés de cacaueiros, que produzem por ano, cerca de 17.500.000 Kg. de cacau, E que gera para o estado de Rondônia uma receita de R$ 82.500.000

O cacau, além de sua importância econômica, tem também a ecológica, pois é considerada uma lavoura ecologicamente correta, pois a lavoura é mesclada com o plantio de essências florestais de grande porte e valor econômico, e sendo assim, é considerado como reflorestamento.

Pesquisando as tendências do mercado do cacau no Brasil, descobri, que a produção nacional é menor do que a demanda das indústrias de chocolate, que tem que importar 40% do cacau que precisam. A nível mundial a tendência é a mesma, pois o consumo tem aumentado, mas a produção não tem acompanhado.

Valeu pelos 40 anos, porque tem muita gente colhendo os frutos do trabalho árduo que os servidores da CEPLAC, desenvolveram nesse período e sobretudo os agricultores, que apesar das dificuldades, continuam acreditando que o “cacau é uma boa lavra” e que a CEPLAC lhes mostrou “UM BOM CAMINHO” .